sábado, 23 de agosto de 2008

Fome no Mundo



Resolver o problema da fomenão depende só dos países em desenvolvimento
Em 1974, durante a Conferência Mundial sobre Alimentação, as Nações Unidas estabeleceram que “todo homem, mulher, criança, tem o direito inalienável de ser livre da fome e da desnutrição...”. Portanto, a comunidade internacional deveria ter como maior objetivo a segurança alimentar, isto é, “o acesso, sempre, por parte de todos, a alimento suficiente para uma vida sadia e ativa”.
E isso quer dizer:
acesso ao alimento: é condição necessária, mas ainda não suficiente;
sempre: e não só em certos momentos;
por parte de todos: não bastam que os dados estatísticos sejam satisfatórios. É necessário que todos possam ter essa segurança de acesso aos alimentos;
alimento para uma vida sadia e ativa: é importante que o alimento seja suficiente tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo.
Os dados que possuímos dizem que estamos ainda muito longe dessa situação de segurança alimentar para todos os habitantes do planeta.
Quais são as causas?
A situação precisa ser enfrentada, pois uma pessoa faminta não é uma pessoa livre. Mas é preciso, em primeiro lugar, conhecer as causas que levam à fome. Muitos acham que as conhecem, mas não percebem que, quando falam delas, se limitam, muitas vezes, a repetir o que tantos já disseram e a apontar causas que não têm nada a ver com o verdadeiro problema. Por exemplo:
A fome é causada porque o mundo não pode produzir alimentos suficientes. Não é verdade! A terra tem recursos suficientes para alimentar a humanidade inteira.
A fome é devida ao fato de que somos “demais”. Também não é verdade! Há países muito populosos, como a China, onde todos os habitantes têm, todo dia, pelo menos uma quantidade mínima de alimentos e países muito pouco habitados, como a Bolívia, onde os pobres de verdade padecem fome!
No mundo há poucas terras cultiváveis! Também não é verdade. Por enquanto, há terras suficientes que, infelizmente, são cultivadas, muitas vezes, para fornecer alimentos aos países ricos!
As verdadeiras causas
As causas da fome no mundo são várias, não podem ser reduzidas a uma só. Entre elas indicamos:
As monoculturas: o produto nacional bruto (pib) de vários países depende, em muitos casos, de uma cultura só, como acontecia, alguns anos atrás, com o Brasil, cujo único produto de exportação era o café. Sem produções alternativas, a economia desses países depende muito do preço do produto, que é fixado em outros lugares, e das condições climáticas para garantir uma boa colheita.
Diferentes condições de troca entre os vários países: alguns países, ex-colônias, estão precisando cada vez mais de produtos manufaturados e de alta tecnologia, que eles não produzem e cujo preço é fixado pelos países que exportam. Os preços das matérias-primas, quase sempre o único produto de exportação dos países pobres, são fixados, de novo, pelos países que importam.
Multinacionais: são organizações em condições de realizar operações de caráter global, fugindo assim ao controle dos Estados nacionais ou de organizações internacionais. Elas constituem uma rede de poder supranacional. Querem conquistar mercados, investindo capitais privados e deslocando a produção onde os custos de trabalho, energia e matéria-prima são mais baixos e os direitos dos trabalhadores, limitados. Controlam 40% do comércio mundial e até 90% do comércio mundial dos bens de primeira necessidade.
Dívida externa: conforme a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a dívida está paralisando a possibilidade de países menos avançados de importar os alimentos dos quais precisam ou de dar à própria produção agrícola o necessário desenvolvimento. A dívida é contraída com os bancos particulares e com Institutos internacionais como o Fundo Monetário e o Banco Mundial. Para poder pagar os juros, tenta-se incrementar as exportações. Em certos países, 40% do que se arrecada com as exportações são gastos somente para pagar os juros da dívida externa. A dívida, infelizmente, continua inalterada ou aumenta.
Conflitos armados: o dinheiro necessário para providenciar alimento, água, educação, saúde e habitação de maneira suficiente para todos, durante um ano, corresponde a quanto o mundo inteiro gasta em menos de um mês na compra de armas. Além disso, os conflitos armados presentes em muitos países em desenvolvimento causam graves perdas e destruições em seu sistema produtivo primário.
Eis o que nos dizem as estatísticas:
- Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo.
- 11 mil crianças morrem de fome a cada dia.
- Um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual.
- 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água potável.
- 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso.
- Uma pessoa a cada sete padece fome no mundo.
Desigualdades sociais: a luta contra a fome é, em primeiro lugar, luta contra a fome pela justiça social. As elites que estão no governo, controlando o acesso aos alimentos, mantêm e consolidam o próprio poder. Paradoxalmente, os que produzem alimento são os primeiros a sofrer por sua falta. Na maioria dos países, é muito mais fácil encontrar pessoas que passam fome em contextos rurais do que em contextos urbanos.
Neo-colonialismo: em 1945, através do reconhecimento do direito à autodeterminação dos povos, iniciou o processo de libertação dos países que até então eram colônias de outras nações. Mas, uma vez adquirida a independência, em muitos continuaram os conflitos internos que têm sua origem nos profundos desequilíbrios sociais herdados do colonialismo. Em muitos países, ao domínio colonial sucederam as ditaduras, apoiadas pela cumplicidade das superpotências e por acordos de cooperação com a antiga potência colonial. Isso deu origem ao neocolonialismo e as trocas comerciais continuaram a favorecer as mesmas potências.
Quando um país vive numa situação de miséria, podemos dizer que, praticamente, todas essas causas estão agindo ao mesmo tempo e estão na origem da fome de seus habitantes. Algumas delas dependem da situação do país, como o regime de monocultura, os conflitos armados e as desigualdades sociais. Elas serão eliminadas, quando e se o mesmo país conseguir um verda-deiro desenvolvimento. Mas outras causas já não dependem do próprio país em desenvolvimento, e sim da situação em nível internacional. Refiro-me às condições desiguais de troca entre as várias nações, à presença das multinacionais, ao peso da dívida externa e ao neocolonialismo. Isso quer dizer que os países em desenvolvimento, não conseguirão sozinhos vencer a miséria e a fome, a não ser que mudanças verdadeira-mente importantes aconteçam no relacionamento entre essas nações e as mais industrializadas.

9 comentários:

Isabela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isabela disse...

Profº Otávio,

A fome no mundo é muito maior do que a importancia que dão para ela.
Realmente os governos não se responsabilizam o quanto deviam com esse assunto.
Talvez o dia que esse assunto for levado mais a sério, a fome diminuira, e até poderá acabar. O que falta mesmo é os governos darem mais importancia e não só dar mais importancia, mas sim agir mais. Não adianta ficar ciente de que precisa ser levada mais a sério a fome e não fazer nada.
E enquanto os governos e muitas pessoas nem ligam para a fome, os números de crinças desnutridas, mulheres doentes, homens sem poder trabalhar, só vai crescendo.

Isabela g. Bezerra 101

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

A fome no mundo esta tendo pouco interesse para os países, a não ser aqueles que realmente estão em estado critico, mais estando em estado critico ou não o pais que tem percentuais de pessoas passando fome tem que se conscientizar que e um problema tão importante como qualquer outro, pois sem comida não vivemos(obvio).
Países de primeiro mundo gastam mais dinheiro comprando armamentos do que ajudando seu povo ou ate outros povos com alimentação básica e outras coisas.
O pensamento de pessoas de poder como presidentes tem que mudar, a solução não e gastar dinheiro com coisas fúteis e com o poder diante de outros países e sim se ajudar e ajudar outros em todos os assuntos básicos como educação, comida, moradia e saúde.

Guilherme Dias
Turma: 101
Colégio Laranjeiras

Unknown disse...

Ana Luiza Rocha
101
Colégio Laranjeiras

Bom, eu mandei tudo pro seu e-mail.
Mas se chegou, eu já não sei.
Estou postando aqui novamente..rs


Hoje essa crise é consequência da má distribuição de capital e a utilização incorreta.
Enquanto o dinheiro do país está em movimento, (podendo ajudar inúmeros problemas), as pessoas ou empresas responsáveis pela distribuiçõ da capital, dá prioriade para outros problemas sociais, que talvez nem esteja e evidência tanto quanto a FOME.
Esse dinheiro que poderia ser distribuído adequadamente e honestamente, certamente vai para os bolsos de corruptos.
O Brasil tem condições para que essa crise mude, a tem recursos sufucientes para alimentar a humanidade inteira.
Além do desvio de capital (não só para o bolso dos corrupstos), muito desse dinheiro é utilizado para a compra de armas (que é um absurdo!).
Os países em desenvolvimento, não conseguirão vencer sozinhos a miséria e a fome, a não ser que mudanças verdadeiramente importantes, aconteçam no relacionamento entre essas nações e as mais industrializadas, como diz nos texto.
Os verdadeiros culpados dessa situação, somos nós mesmos.
Essa crise só vai mudar quando nós nos concientizarmos e realmente mudar, agir.
Caso contrário, essa tragédia só tem de piorar cada vez mais.

É isso Otávio..
Beijos

Unknown disse...

A fome no mundo tem sido ultimamente um enorme problema no mundo . Não é muito legal você passar por uma esquina e ter uma pessoa implorando algumas moedas pra poder comer algo . Em outros lugares no mundo , a fome é o maior problema e assim em diante .
O governo gasta dinheiro com muitas coisas ... sempre achando que vão melhorar tudo e na verdade , não dão importancia a fome que afeta as pessoas no mundo . Como melhorar isso ? Talvez tentando não gastar dinheiro com "coisas fúteis" . Sei que tudo é necessário , mas realmente é preciso uma avaliação para os piores problemas , os mais graves . A fome é um desses e realmente , os presidentes dos países precisam resolver esse problema , senão continuaremos a ver pessoas morrendo , crianças não conseguindo viver nem um mês , mortes e mais mortes.


Juliana Soares
T:101 - Colégio Laranjeiras

Unknown disse...

prooooooooooof , óia eu aqui ! =)

beem .. hahaha ! como eu vou dizer ? deixa eu pensar como eu vou começar .. é .. é sobre a fome né ?

não é que haja a falta de comida , mas é a má destribuição dos alimentos .. ex: supermercados , restaurantes e etc .. desperdiçam em excesso por não saber o que fazer com esses alimentos quando podem , na verdade , doar para pessoas mais carentes e sem condições para comprar . o governo em sí tem certa culpa por não ajudar e não dar assistência a essas pessoas . como o próprio texto já cita , não a falta de comida e sim exagero em excesso !
no brasil não existe falta de comida pois a agricultura e a produção de alimentos é muito grande .. o brasil deveria parar de se preocupar com problemas fúteis de outros países e se preocupar mais com os problemas internos como a falta de alimentação e moradia !

solução : o governo poderia parar com tanto vales para tantos fins e dar mais assistência a quem na verdade precisa .

Ester Virginia
t:101 - colégio laranjeiras

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

A fome é um problema mundial que embora falem que estão tentando dar um fim sabemos que isso não é verdade. Muitas coisas nos levam a pensar assim como, por exemplo: A preocupação com coisas que, na verdade não vão dar fim em um futuro próximo. A frase "quem tem fome tem pressa" expressa o real problema que o mundo vive, e que mais especificamente o Brasil desde sempre passa, sem a segurança do seu pão de cada dia. O ser humano não tem a segurança de nada, uma coisa que não se dar o devido valor. Valorizar a comida é valorizar a vida, a vida é o bem mais precioso que todos nós temos, não é a falta de comida e nem de produção, é a falta de distribuição inadequada. Se houver uma distribuição adequada e uma coisa mais organizada, talvez pudessem amenizar a fome no Brasil.

Bruna Bessone
Turma 101