Getúlio Dornelles Vargas (São Borja, 19 de abril de 1882 — Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954) foi um político brasileiro, chefe civil da Revolução de 1930, que pôs fim à chamada República Velha, e foi, por duas vezes, presidente da República do Brasil. Ante seus simpatizantes, recebeu o epíteto de "pai dos pobres". Era conhecido pelas pessoas de sua proximidade como "Doutor Getúlio".
Governou o Brasil de 1930 a 1934 no Governo Provisório; de 1934 a 1937 no governo constitucional, eleito pelo Congresso Nacional; de 1937 a 1945 no Estado Novo; e de 1951 a 1954 como presidente eleito pelo voto direto.
Sua doutrina e seu estilo político foram chamados de getulismo ou varguismo. Seus seguidores, que até hoje existem, são chamados getulistas.
Suicidou-se com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal.
Getúlio Vargas foi o mais controvertido político brasileiro do século XX, e sua influência se estende até hoje.
Sua herança política é reclamada por pelo menos dois partidos políticos atuais: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Jânio Quadros 1961 Jânio assumiu a presidência da República em 31 de janeiro de 1961, herdando de Juscelino Kubitschek um país em acelerado processo de concentração de renda e inflação. Muito embora a vice-presidência houvesse ficado para o PTB, com João Goulart, finalmente a UDN conseguia chegar ao poder. Isso foi conseguido graças ao estilo ímpar de Jânio, que constituía o chamado populismo caricato: atacava as elites com denúncias de corrução e acenava em defesa das camadas oprimidas. Sua ligação com a UDN, entretanto, tornava seu discurso contraditório, já que ela (a UDN) era a representante das elites a que ele atacava.
Uma vez empossado, Jânio tomou medidas um tanto controvertidas. A proibição do uso de biquínis nas praias é o maior exemplo desses atos governamentais. No plano externo, exerceu uma política não alinhada. Apoiou Fidel Castro diante da tentativa fracassada de invasão da Baía dos Porcos pelos norte-americanos. Em 18 de agosto de 1961, condecorou o ministro da indústria de Cuba, Ernesto "Che" Guevara, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta comenda brasileira. Além disso, Jânio rompeu com o partido que o elegeu, a UDN, provocando enorme insatisfação.
Economia - Para derrotar a inflação, Jânio adotou uma política econômica ditada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional): restringiu o crédito e congelou os salários. Com isso, obteve novos empréstimos, mas desagradou ao movimento popular e aos empresários. No entanto, a inflação não foi extirpada.
Crise Política - Pressões norte-americanas e da UDN provocaram freqüentes atritos entre o Presidente e o Congresso Nacional. No dia 24 de agosto de 1961, Carlos Lacerda, Governador da Guanabara, denunciou pela TV que Jânio Quadros estaria articulando um golpe de Estado. No dia seguinte, o Presidente surpreendeu a nação: em uma carta ao Congresso, afirmou que estava sofrendo pressões de "forças terríveis" e renunciou à presidência. Quando da renúncia, o Vice-presidente João Goulart estava fora do país, em visita oficial à China. O Presidente da Câmara, Ranieri Mazilli, assumiu a presidência como interino, no mesmo dia, 25 de agosto. A UDN e a cúpula das Forças Armadas tentaram impedir a posse de Jango, por estar ele ligado ao movimento trabalhista. Os ministros da Guerra, Odílio Denys, da Marinha, vice-almirante Silvio Heck, e o brigadeiro Gabriel Grún Moss, da Aeronáutica, pressionaram o Congresso para que considerasse vago o cargo de Presidente e convocasse novas eleições.
O governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, encabeçou a resistência legalista, apoiado pela milícia estadual. Em seguida, criou a Cadeia da Legalidade: encampou a Rádio Guaíba, de Porto Alegre, e, transmitindo em tempo integral, mobilizou a população e as forças políticas para resistir ao golpe e para defender a Constituição. As principais emissoras do país aderiram à rede, e a opinião pública respaldou a posição legalista. Em 28 de agosto de 1961, o general Machado Lopes, comandante do 3º Exército, sediado no Rio Grande do Sul, também declarou apoio a Jango. Em 2 de setembro, o problema foi contornado: o Congresso aprovou uma emenda à Constituição (Emenda No. 4) que instituiu o regime parlamentarista, no qual os poderes se concentram primordialmente nas mãos do Primeiro-ministro, esvaziando sobremaneira os poderes presidenciais. Jango tomou posse, mas sem os poderes imanentes ao regime presidencialista.
João Belchior Marques Goulart, conhecido em sua era como Jango, foi o político que sucedeu Jânio Quadros na presidência do Brasil, no período de 1961 a 1964. Após a renúncia de Jânio Quadros, Jango assume a presidência em 07 de setembro de 1961. Seu governo foi precocemente conflitante, pois foi contraditório ao desarmar opositores ao mesmo tempo em que buscava o apoio destes.
Em 1962, revela ao povo um plano que prometia combater a inflação, desenvolver o país, estabilizar o salário, realizar reformas como a agrária, tributária, administrativa, bancária e educacionais, denominado Plano Trienal. Tal plano foi fortemente repelido e entrou em decadência. Em abril do mesmo ano, se locomoveu até Washington com o objetivo de negociar o pagamento dos empréstimos feitos com o FMI e o governo dos Estados Unidos.
Em meio à crise financeira que assolava o país, Jango abandonou o Plano Trienal, mas continuou a apresentar soluções nacionalistas. Em 06 de janeiro de 1963 houve um plebiscito que colocou o povo a frente do futuro regime político do país. A partir daí, o presidencialismo foi o regime político que mais recebeu votos e passou então a vigorar.
Em 13 de março de 1964, face ao desemprego e a inflação, o país permaneceu em situação desesperadora. Neste dia, Jango firmou compromisso de reformar alguns setores bem como desapropriar terras para aplicar a reforma agrária a fim de obter o apoio da população. No dia 19, os grupos da direita organizaram um grande levante contra o governo, pois acreditavam que Jango implantaria o comunismo no Brasil. A este levante deram o nome de Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
Vários movimentos isolados ocorreram em todo o território brasileiro, mas somente o movimento que ocorreu em 31 de março de 1964 ficou conhecido como o Golpe de 64, esse teve forças para derrubar João Goulart do poder. Em 10 de abril Jango teve seus direitos políticos cassados e se exilou na Argentina.
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Getúlio Dornelles Vargas (São Borja, 19 de abril de 1882 — Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954) foi um político brasileiro, chefe civil da Revolução de 1930, que pôs fim à chamada República Velha, e foi, por duas vezes, presidente da República do Brasil. Ante seus simpatizantes, recebeu o epíteto de "pai dos pobres". Era conhecido pelas pessoas de sua proximidade como "Doutor Getúlio".
Governou o Brasil de 1930 a 1934 no Governo Provisório; de 1934 a 1937 no governo constitucional, eleito pelo Congresso Nacional; de 1937 a 1945 no Estado Novo; e de 1951 a 1954 como presidente eleito pelo voto direto.
Sua doutrina e seu estilo político foram chamados de getulismo ou varguismo. Seus seguidores, que até hoje existem, são chamados getulistas.
Suicidou-se com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal.
Getúlio Vargas foi o mais controvertido político brasileiro do século XX, e sua influência se estende até hoje.
Sua herança política é reclamada por pelo menos dois partidos políticos atuais: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Jânio Quadros
1961
Jânio assumiu a presidência da República em 31 de janeiro de 1961, herdando de Juscelino Kubitschek um país em acelerado processo de concentração de renda e inflação. Muito embora a vice-presidência houvesse ficado para o PTB, com João Goulart, finalmente a UDN conseguia chegar ao poder. Isso foi conseguido graças ao estilo ímpar de Jânio, que constituía o chamado populismo caricato: atacava as elites com denúncias de corrução e acenava em defesa das camadas oprimidas. Sua ligação com a UDN, entretanto, tornava seu discurso contraditório, já que ela (a UDN) era a representante das elites a que ele atacava.
Uma vez empossado, Jânio tomou medidas um tanto controvertidas. A proibição do uso de biquínis nas praias é o maior exemplo desses atos governamentais. No plano externo, exerceu uma política não alinhada. Apoiou Fidel Castro diante da tentativa fracassada de invasão da Baía dos Porcos pelos norte-americanos. Em 18 de agosto de 1961, condecorou o ministro da indústria de Cuba, Ernesto "Che" Guevara, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta comenda brasileira. Além disso, Jânio rompeu com o partido que o elegeu, a UDN, provocando enorme insatisfação.
Economia - Para derrotar a inflação, Jânio adotou uma política econômica ditada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional): restringiu o crédito e congelou os salários. Com isso, obteve novos empréstimos, mas desagradou ao movimento popular e aos empresários. No entanto, a inflação não foi extirpada.
Crise Política - Pressões norte-americanas e da UDN provocaram freqüentes atritos entre o Presidente e o Congresso Nacional. No dia 24 de agosto de 1961, Carlos Lacerda, Governador da Guanabara, denunciou pela TV que Jânio Quadros estaria articulando um golpe de Estado. No dia seguinte, o Presidente surpreendeu a nação: em uma carta ao Congresso, afirmou que estava sofrendo pressões de "forças terríveis" e renunciou à presidência. Quando da renúncia, o Vice-presidente João Goulart estava fora do país, em visita oficial à China. O Presidente da Câmara, Ranieri Mazilli, assumiu a presidência como interino, no mesmo dia, 25 de agosto. A UDN e a cúpula das Forças Armadas tentaram impedir a posse de Jango, por estar ele ligado ao movimento trabalhista. Os ministros da Guerra, Odílio Denys, da Marinha, vice-almirante Silvio Heck, e o brigadeiro Gabriel Grún Moss, da Aeronáutica, pressionaram o Congresso para que considerasse vago o cargo de Presidente e convocasse novas eleições.
O governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, encabeçou a resistência legalista, apoiado pela milícia estadual. Em seguida, criou a Cadeia da Legalidade: encampou a Rádio Guaíba, de Porto Alegre, e, transmitindo em tempo integral, mobilizou a população e as forças políticas para resistir ao golpe e para defender a Constituição. As principais emissoras do país aderiram à rede, e a opinião pública respaldou a posição legalista. Em 28 de agosto de 1961, o general Machado Lopes, comandante do 3º Exército, sediado no Rio Grande do Sul, também declarou apoio a Jango. Em 2 de setembro, o problema foi contornado: o Congresso aprovou uma emenda à Constituição (Emenda No. 4) que instituiu o regime parlamentarista, no qual os poderes se concentram primordialmente nas mãos do Primeiro-ministro, esvaziando sobremaneira os poderes presidenciais. Jango tomou posse, mas sem os poderes imanentes ao regime presidencialista.
João Goulart
João Belchior Marques Goulart, conhecido em sua era como Jango, foi o político que sucedeu Jânio Quadros na presidência do Brasil, no período de 1961 a 1964. Após a renúncia de Jânio Quadros, Jango assume a presidência em 07 de setembro de 1961. Seu governo foi precocemente conflitante, pois foi contraditório ao desarmar opositores ao mesmo tempo em que buscava o apoio destes.
Em 1962, revela ao povo um plano que prometia combater a inflação, desenvolver o país, estabilizar o salário, realizar reformas como a agrária, tributária, administrativa, bancária e educacionais, denominado Plano Trienal. Tal plano foi fortemente repelido e entrou em decadência. Em abril do mesmo ano, se locomoveu até Washington com o objetivo de negociar o pagamento dos empréstimos feitos com o FMI e o governo dos Estados Unidos.
Em meio à crise financeira que assolava o país, Jango abandonou o Plano Trienal, mas continuou a apresentar soluções nacionalistas. Em 06 de janeiro de 1963 houve um plebiscito que colocou o povo a frente do futuro regime político do país. A partir daí, o presidencialismo foi o regime político que mais recebeu votos e passou então a vigorar.
Em 13 de março de 1964, face ao desemprego e a inflação, o país permaneceu em situação desesperadora. Neste dia, Jango firmou compromisso de reformar alguns setores bem como desapropriar terras para aplicar a reforma agrária a fim de obter o apoio da população. No dia 19, os grupos da direita organizaram um grande levante contra o governo, pois acreditavam que Jango implantaria o comunismo no Brasil. A este levante deram o nome de Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
Vários movimentos isolados ocorreram em todo o território brasileiro, mas somente o movimento que ocorreu em 31 de março de 1964 ficou conhecido como o Golpe de 64, esse teve forças para derrubar João Goulart do poder. Em 10 de abril Jango teve seus direitos políticos cassados e se exilou na Argentina.
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